quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O tempo não espera por ninguém...

O que nos torna belos é o amor que sentimos 
 Ilustração retirada de thaynaribeiro.tumblr.com

Ah... Alguém se surpreendeu com a imagem? Sei que muitos gostaram, enquanto outros não se identificaram. Respeito as razões de cada um, especialmente se entra em cena a questão do gosto pessoal. Não concordo, porém, com a desaprovação por preconceito. Se você preferiria que eu tivesse escolhido um casal mais jovem, ou de outra etnia, pare e pense um pouco a respeito.


Aos jovens digo, como quem conta um segredo, apenas isto: o tempo passa para todos. O tempo não espera por ninguém. Ontem você era um bebê, pouco depois uma criança correndo pela casa, depois estava com o rosto repleto de espinhas. Você acredita que será eternamente jovem? Até eu pensei assim um dia...

Com respeito à questão étnica, esse é um problema superado, que não tem respaldo científico. Cada um é o que é. Os valores estéticos são relativos e a questão do belo é muito pessoal. Há quem ache - acredite se quiser - que Gisele Bundchen é feia... Por outros lado, há quem considere certos jogadores de futebol "lindos"... (Nem vou citar nomes...)

Enfim, tudo o que queria era mostrar que o amor não tem idade. E o que nos torna belos é o amor que sentimos. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Love Sonnet 130 - William Shakespeare


My mistress' eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips' red;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damasked, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound;
I grant I never saw a goddess go;
My mistress, when she walks, treads on the ground.
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.

Soneto de Amor (130)

- Tradução de Barbara Heliodora

Não tem olhos solares, meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.

Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando

Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.